Hoje é muito comum observar algum ciclista utilizando pedal de clip, e junto uma série de comentários sobre isso. Quem nunca ouviu algo do tipo: “Fulano caiu porque estava clipado, por isso eu não uso clip”, “Eu não uso clip, se eu cair vou ficar preso a bike até alguém me ajudar” e por ai vai.
Apesar de ter ouvido tudo isso, e ter ficado com um certo medo, resolvi meter a cara (e os pés) na ideia de pedalar clipado. O que eu posso dizer de cara? Eu me arrependo de não ter feito isso antes.
Pedalar clipado é como estar preso a liberdade! “Como assim Roque? Tu pedalou chapado?” Não cara, pensa comigo. O ciclista tem três pontos ligação e – consequentemente – controle com a bike, as mãos, as nádegas e os pés. Estar “preso” ao pedal te da um controle maior sobre ela, controle esse que eu nem sabia que podia ter, e junto a isso um maior aproveitamento do passeio, corrida ou seja lá qual for o seu objetivo. Sem contar a economia de energia, já que você não precisa ter o gasto de manter o pé no pedal.
Tá, você pode até não fazer uma trilha ou um pedal mais puxado, mas já percebeu como a bike se comporta em uma decida ou quando você acelera pra passar daquele sinal? Nem é preciso estar pedalando pra você sentir o pedal escapando do pé, agora imagina se tiver algum obstáculo no caminho. Não vou dizer que impossível, mas é um pouco complicado manobrar com a bike “fugindo” de você. Ou então imagina aquela decida na trilha, que você faz com a mão nervosa no freio. Eu, por exemplo, tive medo quando cheguei nela clipado? Muito! Eu desci clipado? Desci, e nunca desci tão bem! O controle sobre a bike, mesmo que inconsciente, foi perceptível. Ao invés de sair “dançando” de qualquer jeito pelo trajeto, ela foi seguindo o trajeto do meu corpo.
“Mas se eu perceber a queda posso colocar o pé no chão e evitar”
Sinceramente? Se for pra cair cai logo e pronto. Se até o Nino Schurter – atual campeão mundial, olímpico e do cape epic – cai quem somos nós pra não cair? Eu não tô dizendo que pedalar clipado é sinônimo de queda. No início você vai passar por um período de adaptação, então vai ser inevitável algumas quedas, a maioria são quedas bestas, parando ou estando parado até. Mas depois vai se algo tão instintivo que ao pedalar em uma bike com pedal de plataforma o movimento de soltar o pé vai ser involuntário. Durante a adaptação é interessante andar com pessoas que já utilizam o clip, pois ver e ouvir os outros clipando e desclipando ajuda a fixar o hábito na cabeça.
E se cair? Faz pose no chão pra foto, levanta, da risada com os amigos e segue o caminho. Só cai quem anda, ficar em casa fingindo é pior do que levar aquele tombo besta.
Não permita que o medo – irradiado por outros na maioria das vezes – tome conta da sua mente. Se der vontade de usar o clip procure uma pessoa que entenda do assunto para decidir a melhor alternativa de pedal e a melhor configuração do equipamento. A escolha errada do pedal, que nem da bicicleta , pode desencorajar a atividade.
Bom pedal e quedas a todos! Continue lendo “Pedalar clipado, as primeiras impressões e umas quedas”